quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Um conto de Natal



É apenas um pequeno envelope branco pendurado entre 
os galhos da nossa árvore de Natal. Não tem nome, 
não tem identificação, não tem dizeres. Se esconde entre os 
galhos da nossa árvore há cerca de dez anos.

Tudo começou porque meu marido Mike odiava o Natal. 
Claro que não era o verdadeiro sentido do Natal, mas seus 
aspectos comerciais: gastos excessivos, a corrida frenética 
na última hora para comprar uma gravata para o tio 
Harry e o presente da vovó, os presentes dados com 
uma ansiedade desesperada porque não tínhamos 
conseguido pensar em nada melhor.

Sabendo como ele se sentia, um certo ano decidi deixar 
de lado as tradicionais camisetas, casacos, gravatas e coisas 
no gênero. Procurei algo especial só para o Mike. A 
inspiração veio de uma forma um tanto incomum. 
Nosso filho Kevin, que tinha 12 anos na época, fazia 
parte da equipe de luta livre da sua escola.

Pouco antes do Natal, houve um campeonato especial
contra uma equipe patrocinada por uma igreja da parte 
mais pobre da cidade. A equipe era formada, em sua maioria, 
por negros. Esses jovens, que usavam tênis tão velhos que 
tínhamos a sensação de que os cadarços eram a única 
coisa que os segurava, contrastavam de forma gritante com 
nossos filhos, vestidos com impecáveis uniformes azuis e 
dourados e tênis especiais novinhos em folha.

Quando o jogo começou, fiquei preocupada ao notar que a 
outra equipe estava lutando sem o capacete de segurança 
que tinha como intuito proteger os ouvidos dos lutadores. 
Era um luxo ao qual a equipe dos pé-sujos não podia se dar.

No fim das contas, a equipe da escola do meu filho acabou 
arrasando com eles. Ganharam em todas as categorias de 
peso. E cada um dos meninos da outra equipe que levantava 
do tatame se virava com fúria, fazendo pose de valente, 
procurando mostrar um orgulho de quem não 
ligava para a derrota.

Mike, que estava sentado ao meu lado, balançou a cabeça, triste: 
"Queria que pelo menos um deles tivesse ganhado", disse. 
"Eles têm muito potencial, mas uma derrota dessas pode 
acabar com o ânimo deles.

" Mike adorava crianças - todas as crianças - e as conhecia
 bem, pois tinha sido técnico de times mirins de futebol, 
basquete e vôlei. Foi aí que tive uma idéia para o presente 
dele. Naquela tarde, fui a uma loja de artigos esportivos 
e comprei capacetes de proteção e tênis especiais que
 enviei, sem me identificar, à igreja que 
patrocinava a equipe adversária.

Na véspera de Natal, coloquei o envelope na árvore 
com um bilhete dentro,contando ao Mike o que tinha feito 
e que esse era o meu presente para ele. O mais belo 
sorriso iluminou o seu rosto naquele Natal. 
Isso se deu em todos os anos consecutivos.

A cada Natal, eu seguia a tradição: uma vez comprei 
ingressos para um jogo de futebol para um grupo 
de jovens com problemas mentais, outra vez enviei um 
cheque para dois irmãos que tinham perdido a casa 
num incêndio na semana antes do Natal e assim por diante. 
O envelope passou a ser o ponto alto do nosso Natal. 
Era sempre o último presente a ser aberto na manhã de 
Natal. Nossos filhos, deixando de lado seus novos 
brinquedos, ficavam esperando ansiosamente o pai pegar 
o envelope da árvore e revelar o que havia dentro.

As crianças foram crescendo e os brinquedos foram sendo
 substituídos por presentes mais práticos, mas o 
envelope nunca perdeu seu encanto. Esse conto não 
acaba aqui. Perdemos nosso Mike ano passado por causa
 de um câncer. Quando chegou a época do Natal, 
eu ainda estava sofrendo tanto que mal consegui montar
 a árvore. Mas, na véspera de Natal, me vi colocando 
um envelope na árvore. Na manhã seguinte, havia 
mais três envelopes junto a ele. Cada um de nossos 
filhos, sem o outro saber, tinha colocado
 um envelope na árvore para o pai.

A tradição cresceu e, um dia, se expandirá ainda mais 
e nossos netos se reunirão em volta da árvore, ansiosos para 
saber o que há no envelope retirado da árvore por seus pais. 
O espírito de Mike, assim como o espírito do Natal, 
estará sempre conosco.

Vamos todos lembrar de Jesus, 
que é o motivo dessa comemoração 
e o verdadeiro espírito do Natal 
este ano e sempre.

 Fonte:  Do livro Histórias para Aquecer o Coração, de Jack Canfield

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Minha árvore de Natal




Quisera, Senhor
neste Natal, 
armar uma árvore 
dentro de meu coração 
e nela pendurar, 
ao invés de presentes, 
o nome de todos os meus amigos. 

Os amigos de longe e de perto,
os antigos e recentes,
os que vejo todos os dias
e os que raramente encontro.

Os sempre lembrados e os que, 
às vezes, ficam esquecidos.

Os constantes e os intermitentes,
os das horas difíceis e os
das horas alegres.

Os que, sem querer, eu magoei ou, 
sem querer me magoaram.

Aqueles a quem conheço profundamente
e aqueles que me são conhecidas
só as aparências.

Os que pouco me devem 
e aqueles a quem devo muito.

Meus amigos jovens,
meus amigos velhinhos.

Meus amigos homens feitos
e as crianças,minhas amiguinhas.

Meus amigos humildes 
e meus amigos importantes.

Os nomes de todos 
que já passaram por minha vida.

Os que me estimam e admiram 
sem eu saber 
e os que amo e estimo 
sem lhes dar a entender.

Quisera, Senhor, 
neste Natal 
armar uma árvore 
de raízes muito profundas
para que seus
nunca mais 
sejam arrancados de minha vida.

Uma árvore de ramos muito extensos
para que os novos nomes,
vindos de todas as partes,
venham juntar-se aos já existentes.

Uma árvore de sombra muito agradável
para que nossa amizade,
seja um momento de repouso
no meio das lutas da vida.

Feliz Natal ! ! !

domingo, 18 de dezembro de 2011

Salmo 89(90) - Deus, Confirma a Nossa Vida



Antes que se formassem as montanhas, a terra e o universo,
desde toda a eternidade vós sois Deus.

Reduzis o homem à poeira, e dizeis: Filhos dos homens,
retornai ao pó, porque mil anos, diante de vós, são como o dia
de ontem que já passou, como uma só vigília da noite.

Vós os arrebatais: eles são como um sonho da manhã,
como a erva virente, que viceja e floresce de manhã,
mas que à tarde é cortada e seca.

Sim, somos consumidos pela vossa severidade,
e acabrunhados pela vossa cólera.

Colocastes diante de vós as nossas culpas,
e nossos pecados ocultos à vista de vossos olhos.

Ante a vossa ira, passaram todos os nossos dias.
Nossos anos se dissiparam como um sopro.

Setenta anos é o total de nossa vida, os mais fortes chegam
aos oitenta. A maior parte deles, sofrimento e vaidade,
porque o tempo passa depressa e desaparecemos.

Quem avalia a força de vossa cólera, e mede a vossa ira
com o temor que vos é devido?

Ensinai-nos a bem contar os nossos dias,
para alcançarmos o saber do coração.

Voltai-vos, Senhor - quanto tempo tardareis?
E sede propício a vossos servos.

Cumulai-vos desde a manhã com as vossas misericórdias,
para exultarmos alegres em toda a nossa vida.

Consolai-nos tantos dias quantos nos afligistes,
tantos anos quantos nós sofremos.

Manifestai vossa obra aos vossos servidores,
e a vossa glória aos seus filhos.

Que a bondade do Senhor, nosso Deus, repouse sobre nós.
Favorecei as obras de nossas mãos.
Sim, fazei prosperar o trabalho de nossas mãos.



terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Sinos de Natal


O natal é uma festa musical.

A música sensibiliza,
toca profundamente nossos sentimentos,
provoca em nós emoções, ações e
nos introduz ao mistério mais profundo
da comunhão e do amor, assim é o natal.

Para este natal, ousamos criar
um orquestra diferente, composta por diversos sinos:

- Sinos da fé,
em um Deus que por amor veio para o meio de nós
e entre nós fez sua morada.

- Sinos de vida,
batidas do coração de cada ser e seiva que corre
por toda parte em toda criação.

- Sinos de amor,
por Deus, pelo outro por si.
Amor que não termina, multiplica-se.

- Sinos de solidariedade,
partilha de palavras, gestos e bens entre todos.

- Sinos de esperança,
promessa de paz, dignidade e justiça.

- Sinos de saudades,
de outros natais, vividos em outros tempos.

- Sinos de família,
sagrada, unida, núcleo de amor.

- Sinos de comunidade,
fraterna, evangélica, missionária e comunicadora.

Estes sinos tocam…
Insistem, advertem, anunciam em linguagem musical,
que sempre pode ser Natal.

Deus veio para o meio de nós!

(Rosa Ramalho) 
(Fonte Paulinas )


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Olhar o Presépio



Olhar o presépio com os olhos do coração. 

Sejamos como Maria
 na contemplação, um olhar de ternura ao Menino Jesus e um coração
 capaz de acolher as surpresas de Deus. 

Sejamos como José
 no silêncio, a não-compreensão dos fatos, mas a plena aceitação do mistério de Deus. 

Sejamos como os anjos
 na alegria, o canto de glória por todos o céu e por toda a terra. "eis que anuncio a 
vocês uma grande alegria: um menino nasceu, um Filho nos foi dado" (Lc 2,10). 

Sejamos como os pastores
 na simplicidade, os passos apressados… apressados porque na direção
 Daquele que era o prometido, a esperança dos pobres e pequenos. 

Sejamos como o boi e o burro
 na generosidade, o cumprimento da própria missão. Nada melhor do 
que fazer bem o próprio papel, em tempo e lugar. Estar a serviço… 
o mundo precisa do que somos mais do que aquilo que temos ou fazemos. 

Sejamos como a estrela
 um percurso feito na calada da noite, de modo brilhante e convincente. Anunciar… 
a notícia se faz grande, percorre quilômetros e aponta a direção. 

Sejamos como os Reis Magos
 na esperança, o acreditar! Caminhar seguindo a estrela, 
acreditar seguindo o coração. 

Sejamos, enfim, como Jesus
 humilde, pequeno, pobre e simples. Na comunhão com o Infinito, com o Criador, 
um sim à vida. Eis-me aqui… vim para fazer a tua vontade. 

Feliz natal!

Padre Antônio Geraldo Dalla Costa

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Salmo 90 (91) - Deus, o Nosso Protetor





Aquele que habita sob a protecção do Altíssimo
e mora à sombra do Omnipotente,
pode exclamar: "SENHOR, Tu és o meu refúgio,
a minha cidadela, o meu Deus, em quem confio!"

Ele há-de livrar-te da armadilha do caçador
e do flagelo maligno.

Ele te cobrirá com as suas penas;
debaixo das suas asas encontrarás refúgio;
a sua fidelidade é escudo e couraça.

Não temerás o terror da noite,
nem da seta que voa de dia,
nem da peste que alastra nas trevas,
nem do flagelo que mata em pleno dia.

Podem cair mil à tua esquerda
e dez mil à tua direita,
mas tu não serás atingido.

Basta abrires os olhos,
para veres a recompensa dos ímpios.

Pois disseste: "O SENHOR é o meu único refúgio!"
Fizeste do Altíssimo o teu auxílio.

Por isso, nenhum mal te acontecerá,
nenhuma epidemia chegará à tua tenda.

É que Ele deu ordens aos seus anjos,
para que te guardem em todos os teus caminhos.

Eles hão-de elevar-te na palma das mãos,
para que não tropeces em nenhuma pedra.
Poderás caminhar sobre serpentes e víboras,
calcar aos pés leões e dragões.

"Porque acreditou em mim, hei-de salvá-lo;
hei-de defendê-lo, porque conheceu o meu nome.

Quando me invocar, hei-de responder-lhe;
estarei a seu lado na tribulação,
para o salvar e encher de honras.
Hei-de recompensá-lo com longos dias
e mostrar-lhe a minha salvação."


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