sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Te adoro com afecto, Deus oculto




Eu Te adoro com afecto, Deus oculto,
que Te escondes nestas aparências.
A Ti sujeita-se o meu coração por inteiro
e desfalece ao Te contemplar.

À vista, o tacto e o gosto não Te alcançam,
mas só com o ouvir-Te firmemente creio.
Creio em tudo o que disse o Filho de Deus,
nada mais verdadeiro do que esta Palavra da Verdade.

Na cruz estava oculta somente a tua divindade,
mas aqui se esconde também a humanidade.
Eu, porém, crendo e confessando ambas,
peço-Te o que pediu o ladrão arrependido.

Tal como Tomé, também eu não vejo as tuas chagas,
mas confesso, Senhor, que és o meu Deus;
faz-me crer sempre mais em Ti,
esperar em Ti, amar-Te.

Ó memorial da morte do Senhor,
Pão Vivo que dás vida ao homem,
faz que meu pensamento sempre de Ti viva,
e que sempre lhe seja doce este saber.

Senhor Jesus, terno pelicano,
lava-me a mim, imundo, com teu sangue,
do qual uma só gota já pode
salvar o mundo de todos os pecados.

Jesus, a quem agora vejo sob véus,
peço-Te que se cumpra o que mais anseio:
que vendo o teu rosto descoberto,
seja eu feliz contemplando a tua glória.


(S. Tomás de Aquino)

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