terça-feira, 3 de abril de 2012

Salmo 21(22) - Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?




Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?
E permaneceis longe de minhas súplicas e de meus gemidos?

Meu Deus, clamo de dia e não me respondeis;
imploro de noite e não me atendeis.

Entretanto, vós habitais em vosso santuário,
vós que sois a glória de Israel.

Nossos pais puseram sua confiança em vós,
esperaram em vós e os livrastes.

A vós clamaram e foram salvos; confiaram em vós
e não foram confundidos.

Eu, porém, sou um verme, não sou homem,
o opróbrio de todos e a abjeção da plebe.

Todos os que me vêem zombam de mim; dizem, meneando a cabeça:
Esperou no Senhor, pois que ele o livre, que o salve, se o ama.

Sim, fostes vós que me tirastes das entranhas de minha mãe e,
seguro, me fizestes repousar em seu seio.

Eu vos fui entregue desde o meu nascer,
desde o ventre de minha mãe vós sois o meu Deus.

Não fiqueis longe de mim, pois estou atribulado;
vinde para perto de mim, porque não há quem me ajude.

Cercam-me touros numerosos, rodeiam-me touros de Basã;
contra mim eles abrem suas fauces, como o leão que ruge e arrebata.

Derramo-me como água, todos os meus ossos se desconjuntam;
meu coração tornou-se como cera, e derrete-se nas minhas entranhas.

Minha garganta está seca qual barro cozido, pega-se no paladar
a minha língua: vós me reduzistes ao pó da morte.

Sim, rodeia-me uma malta de cães, cerca-me um bando de malfeitores.

Traspassaram minhas mãos e meus pés: poderia contar todos os meus ossos.

Eles me olham e me observam com alegria, repartem entre si
as minhas vestes, e lançam sorte sobre a minha túnica.

Porém, vós, Senhor, não vos afasteis de mim; ó meu auxílio,
bem depressa me ajudai.

Livrai da espada a minha alma, e das garras dos cães a minha vida.

Salvai-me a mim, mísero, das fauces do leão e dos chifres dos búfalos.

Então, anunciarei vosso nome a meus irmãos,
e vos louvarei no meio da assembléia.

Vós que temeis o Senhor, louvai-o; vós todos, descendentes de Jacó,
aclamai-o; temei-o, todos vós, estirpe de Israel, porque ele não rejeitou
nem desprezou a miséria do infeliz, nem dele desviou a sua face,
mas o ouviu, quando lhe suplicava.

De vós procede o meu louvor na grande assembléia,
cumprirei meus votos na presença dos que vos temem.

Os pobres comerão e serão saciados; louvarão o Senhor
aqueles que o procuram: Vivam para sempre os nossos corações.

Hão de se lembrar do Senhor e a ele se converter todos os povos da terra;
e diante dele se prostrarão todas as famílias das nações, porque a
realeza pertence ao Senhor, e ele impera sobre as nações.

Todos os que dormem no seio da terra o adorarão;
diante dele se prostrarão os que retornam ao pó.

Para ele viverá a minha alma, há de servi-lo minha descendência.

Ela falará do Senhor às gerações futuras e proclamará sua justiça
ao povo que vai nascer: "Eis o que fez o Senhor."


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